sexta-feira, 11 de junho de 2010

• A Aliança da Discórdia

Se na vida afetiva a aliança simboliza a união entre duas pessoas, no campo político uma aliança nunca provocou tanta discórdia como esse matrimônio entre PMDB e PT, celebrado neste sábado pelos sacerdotes do Partido dos Trabalhadores com a co-celebração dos papas Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e José Sarney.

Os desdobramentos desse triângulo político ainda são imprevisíveis. Por enquanto pode-se noticiar o que já foi visto, dito, lido e ouvido: calúnias, injúrias e difamações. O lado abandonado acusa, denuncia, lamenta o falecimento da união e tenta refazer o ego para levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Começar de novo é a palavra de ordem. Algo que não é fácil quando se vê diante da outra metade fortalecida, amparada, em lua-de-mel, braços dados com o inimigo.

Fazer o que diante de uma situação tão desagradável, degradante? Apelar para a vingança? Apoiar-se em quem? Arrumar as malas e partir em busca de um novo parceiro? Juntar-se àqueles que também foram traídos mesmo sabendo que todos eles estão também sem direção, sem norte?

No divã político, certamente seria recomendado recolher-se, repensar as relações, curar as feridas e esperar que a própria vida se encarregue de mostrar a hora certa de começar de novo. Afinal de contas, apegar-se ao primeiro que passar à porta, sem dele conhecer quase nada, pode provocar traumas ainda maiores, até irreparáveis, pelo resto da vida.

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