Nada de extraordinário nas ultimas horas do fato político mais comentado no Maranhão nos últimos cinco dias. A manifestação tresloucada de Domingos Dutra e Manoel da Conceição ainda não alcançou os resultados esperados pelos grevistas e pelos articuladores do protesto, aliados de Flávio Dino, que começam a ser responsabilizados por uma possível tragédia no Plenário a Câmara dos Deputados. Há mais de 100 horas sem ingerir alimentos sólidos, Dutra e Manoel já aparentam sinais de cansaço. O líder camponês tem diabetes e uma perna mecânica, e fala com dificuldades em conseqüência de acidente vascular cerebral sofrido em 2002. Também dois quilos a menos de quando começou a greve, Domingos Dutra teve uma infância alimentar deficiente. O deputado federal Darcísio Perondi, que é médico, alarmou os parlamentares após fazer avaliar clinicamente os manifestantes: concluiu que os dois podem morrer ainda esta noite.
A Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores ainda não se manifestou oficialmente sobre o ato extremo dos companheiros. Em discurso agora a pouco, Domingos Dutra pediu a solidariedade dos colegas e foi criticado pelo paulista José Genoíno. Há muito tempo Dutra é tido como adversário dentro da própria legenda. A maior preocupação é mesmo com Manoel da Conceição. Um alto dirigente petista teria confessado que teme a repercussão que poderia causar imagens do sexagenário e histórico fundador do Partido dos Trabalhadores deixando a Câmara dos Deputados em maca por causa da greve de fome em protesto contra uma decisão da Executiva Nacional corroborada tanto pelo presidente Lula quanto pela presidenciável Dilma Rousseff.
Durante o jogo em que o Brasil venceu a Coréia do Norte por 2 a 1, Domingos Dutra recebeu visitas de amigos e familiares. Numa sala próxima, alguns deputados, incluindo petistas, faziam um bolão, vencido por Paulo Maluf, sem se importarem com a manifestação encenada pelo parlamentar e seu companheiro, de partido e de agonia, Manoel da Conceição.
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